quarta-feira, 21 de maio de 2014

SOLUÇÕES IRRIGADORAS NO TRATAMENTO DE CANAIS RADICULARES


Considerando a necessidade de se empregar uma substância química irrigadora durante o preparo do canal radicular que aglutine o maior número de propriedades desejáveis, o efeito antimicrobiano das soluções irrigadoras, há muito tempo, tem sido pesquisado. Várias soluções foram sugeridas para o emprego em endodontia, porém, muitas delas não apresentaram efeito antimicrobiano desejado. 

Quem já não sentiu aquele cheirinho de água sanitária quando estava fazendo um tratamento de canal? 

Fique tranquilo, pois se trata do nosso amigo, o Hipoclorito de Sódio. Na prática odontológica o Hipoclorito de Sódio é a solução irrigadora  mais comum e mais utilizada por toda a comunidade científica.

Sabemos que os microrganismos desempenham um importante papel na etiologia e manutenção das infecções endodônticas. Esta população microbiana deverá ser eliminada durante o preparo biomecânico por meio da ação mecânica dos instrumentos endodônticos, das propriedades físico-químicas e antimicrobianas das soluções irrigadoras auxiliares e pela ação da medicação intracanal.

O hipoclorito de sódio (NaOCl) continua sendo a solução irrigadora de eleição na Endodontia, devido à sua atividade antimicrobiana, capacidade solvente da matéria orgânica e baixa citotoxicidade. 



Diferentes substâncias químicas auxiliares do preparo do canal radicular têm sido propostas, 
entre as mais empregadas em endodontia estão: compostos halogenados (hipoclorito de sódio), tensoativos (aniônicos, catiônicos, neutros), quelantes (ácido etileno diaminotetracético), peróxidos, associações (hidróxido de cálcio e água destilada, hidróxido de cálcio e detergente), clorexidina e outros (PÉCORA et al., 1999). 

O hipoclorito de sódio (NaOCl) foi indicado pela primeira vez como uma solução antisséptica por DAKIN para lavar as feridas de soldados da I Guerra Mundial. 
Entretanto, acredita-se que Berthollet (1788) foi quem utilizou inicialmente o hipoclorito de sódio como solução desinfetante.
BARRETT (1917) difundiu o uso da 
solução de Dakin para irrigação de canais radiculares e relatou a eficiência dessa solução como antiséptico. COOLIDGE (1919, 1929) também empregou o hipoclorito de sódio para melhorar o processo de limpeza e de desinfecção do canal radicular. 
 WALKER (1936) indicou a utilização do hipoclorito de sódio a 5% (soda clorada) para o preparo de canais radiculares de dentes com polpas necrosadas, uma vez que auxilia na 
descontaminação dos instrumentos, manipulação dos canais radiculares e proteção do paciente e do operador, devido aos microrganismos que um canal radicular pode abrigar. 
 GROSSMANN & MEIMAN (1941), analisando in vitro a capacidade solvente do hipoclorito de sódio a 5% (soda clorada) sobre polpas dentárias recentemente extraídas, 
concluíram que sua efetiva dissolução em alguns casos ocorria em período inferior a 1 hora. 
GROSSMAN (1943) propõe o emprego de uma técnica de irrigação de canal radicular alternando o hipoclorito de sódio a 5% com o peróxido de hidrogênio 3%, uma vez que a 
reação entre as duas substâncias promoveria efervescência com liberação de oxigênio nascente, favorecendo a eliminação de microrganismos e resíduos do canal radicular.

Conclusão:

O Hipoclorito de Sódio ainda é a solução irrigadora mais eficaz e mais usada em endodontia no mundo todo, devido a sua excelente atividade antimicrobiana e baixa toxicidade.



TEM AVENTAL DE CHUMBO, DOUTOR?

Face a grande colaboração que a descoberta do raio-x trouxe à
humanidade, possibilitando o diagnóstico por imagem, este exame passou a ser praticamente obrigatório como exame complementar na área de saúde.

Cabe aos profissionais que trabalham com radiodiagnóstico esclarecer ao paciente que, trabalhando a um nível muito baixo de radiação, praticamente não haverá danos biológicos durante estes exames.
A radiação está presente em nossas vidas durante todo tempo uma vez que estamos sempre expostos às fontes naturais. Como não é possível ficar imune às radiações naturais, então devemos procurar ficar expostos o mínimo possível às radiações artificiais, entre elas os raios-x, tomando uma série de cuidados, chamados de "radioproteção" (GIBILISCO, 1986; GOAZ; WHITE, 1995 ).

Há dois efeitos causados pelas radiações: os efeitos determinísticos e os estocásticos. Os efeitos determinísticos resultam na morte celular, quando a dose da radiação é grande o suficiente para causar lesões nos tecidos. Neste caso há uma dose limite extrema para que haja as lesões, ou seja, um grande número de tomadas radiográficas. Efeitos estocásticos independem da dose da radiação e são cumulativos, com o tempo estas células podem gerar câncer e doenças hereditárias.  É necessário um grande número de tomadas radiográficas no consultório para que haja um efeito estocástico ou determinístico. 


Fique tranquilo, porque não são duas ou três radiografias que trarão efeitos deletérios para a sua saúde. A sua exposição a outras fontes de energia, como o sol e os aparelhos celulares, traz muito mais malefícios do que uma tomada radiográfica no consultório odontológico. Além do que os pacientes podem contar  nos consultórios com a proteção radiológica do avental de chumbo para gônadas e tireoide, assim como, com a fiscalização de órgãos governamentais como o DEN ( Departamento de Energia Nuclear), que vistoriam os ambientes que possuem aparelhos de RX.